Tempo
perdido, estresse, cansaço, dor de cabeça, ansiedade e entre outros sintomas
são comuns para a população que utiliza transporte público ou particular na
metrópole paraense, atualmente. Todos os dias trabalhadores, estudantes enfrentam a mesma
rotina. As horas que deveriam ser
usadas para o descanso são usadas em um trânsito parado do dia a dia. Em uma
época onde o tempo é muito precioso e contado, perder mais de uma hora parado
não dar.
Segundo a
psicóloga, Aline Menezes, a relação do trânsito com a saúde mental é muito forte. "Uma pessoa quando está dirigindo, já tende a ficar em um nível de alerta. O
carro é visto como uma arma, então já é algo que gera uma elevação do nível de
estresse, pelo fato das pessoas terem a possibilidade de atropelar alguém, ou cometer alguma infração. A pessoa já fica com um grau de alerta, seja
pela autoproteção física, a proteção do seu veículo e pela proteção de
terceiros. Quando o trânsito flui bem, esse estresse consegue ser bem controlado e ao sair do veículo volta ao
estado basilar". Quando há uma
situação de um trânsito caótico e as pessoas atrasam seus compromissos, em que
há um risco maior de bater o carro, e assim por diante aumenta a pressão
arterial. Gera um nível de estresse que inclusive pode permanecer após a saída
do veículo.
"A
gente percebe uma condição patológica, então se uma pessoa que fica o tempo
todo lidando com um trânsito caótico, pode gerar dano para o ambiente de
trabalho, ambiente família, etc. O estresse fica por mais tempo, estão o
cidadão vai ficar mais propício à agressividade, com atitudes mais impulsivas,
entres outras atitudes que prejudiquem a si mesmo e aos que estão ao seu redor.
Aos que já possuem uma doença como pressão alta ou baixa ou outras doenças o
nível torna-se mais agravante, mas a pessoa que não possui alguma doença pode
adquirir, pelo fato de ficarem várias horas em apenas uma posição que não é
aconselhada, acaba possuindo problemas na coluna, dores musculares, má
circulação do sangue. Então o trânsito caótico é prejudicial para saúde física
e psicológica", afirma Aline Meneses.
De acordo
com Stefani Freitas guarda municipal e administradora da HONDAC, que dar apoio
aos órgãos de trânsito com AMUB e DETRAN, os principais culpados para o caos do
trânsito foi a falta de visibilidade para o grande crescimento que
Belém sofreu nos últimos anos. A frota de veículos aumentou absurdamente e
Belém não estava preparada para este grande inchaço. O governo ajudou bastante para o
financiamento de carros e hoje qualquer trabalhador pode adquirir um veículo
particular, porém o que o governo não disponibilizou foi a estrutura para
receber este aumento de veículos.
"A
falta de conscientização dos motoristas e pedestres atrapalham de forma
considerável o trânsito, junto com a falta de fiscalização. Leis mais severas e
campanhas de conscientização melhorariam bastante. Se não houver um bom projeto
para a metrópole daqui a alguns anos o trânsito para, pois cada vez mais a
frota está aumentando e as vias congestionando. De acordo com os meus dados,
Belém está com alguns seus projetos em andamento como o BRT, o alongamento da
João Paulo II até a Alça Viária e o alongamento da Avenida Independência até
Marituba, porém há muito a ser feito", informa Stefani
Freitas .
Saulo Gomes
é motorista de ônibus e para ele o trânsito ultimamente é imprevisível, pois em
um dia pode demorar uma hora e em outro demorar mais. Antes se estipulava o
tempo em que se saía de casa, hoje mesmo saindo duas horas adiantadas para ir a
um lugar que se gastaria meia, ainda assim corre o risco de se atrasar para o
seu compromisso, pois no transito de Belém tudo pode acontecer. Sua profissão é mais complicada ainda. Ele passa a maior parte do seu tempo dirigindo e enfrentando o congestionamento e o estresse do trânsito de Belém.
"Os
acidentes estão acontecendo com mais frequência, o que piora a situação, e para
quem tem responsabilidades a cumprir, a preocupação é bem maior. No caso
do meu patrão, compromete bastante o seu serviço, nós dois somos prejudicados.
Viver imprevisivelmente e com estresse hoje em dia virou rotina, e não acredito
que um dia possa melhorar, pelo contrário, piorou de uns cinco anos pra cá,
daqui a alguns anos acredito que a situação será bem pior", lamenta Saulo
Gomes.
Não apenas
Saulo mais uma boa parcela dos motoristas que possuem uma responsabilidade
maior que é a atenção no transito, sofrem com a sua piora. O trânsito de Belém
gera desconforto e indignação para toda a população Todos esperam dos órgãos
responsáveis as possíveis soluções. Procuram-se então os culpados para este
caos, procura-se o júri para esses culpados.
Raimundo Alves
é vendedor de carros usados. Segundo ele a venda dos veículos diminuíram nos
últimos dois anos. Ele acredita que deva ser pela facilidade que se tem hoje
para comprar um carro novo. As pessoas estão dando prioridade na compra de
carros novos e estão conseguindo bastante desconto. Atualmente o governo ajuda
de uma forma significativa as compras de carros.
"Os
preços dos carros estão diminuindo por conta dos novos estarem abaixando
também, mesmo assim a preferência em financiar um carro novo é mais frequente.
Acredito que a tendência é que os preços continuam a abaixar nos próximos anos”,
relata Raimundo Alves.
Levando
em consideração o aumento da frota com o passar dos anos, a troca dos veículos
particulares ao invés dos coletivos, a falta de estrutura, a falta de fiscalização,
as impudências, etc. entende-se que há vários motivos pelo caos. Uns culpam
mais um do que outro, em outros casos o culpado é apenas um e tira de si a
responsabilidade, porém não basta culpar terceiros. Cada um possui uma
responsabilidade como cidadão. Uns mais do que outros, porém a cidade que por
sinal é a metrópole do Pará, merece uma atenção e cuidado de todos em qualquer grau
de hierarquia, afinal já está na hora de aprender a viver em sociedade um
ajudando o outro.
Não adianta
culpar o governo, cada um deve fazer a sua parte de acordo com a sua função no
trânsito, seja pedestre, seja ciclista, sejam motociclistas, seja motorista ,
seja os órgãos públicos, seja o a prefeitura ou governo do estado. Todos
possuem uma responsabilidade social.
Os culpados devem ser presos, na prisão chamadas 'educação'. Aos maus condutores
fica responsabilidade de ter paciência e prudência para facilitar o trânsito;
aos órgãos fiscalizadores e responsáveis do transito de Belém fica o
compromisso de cumprir sua função, para que haja o cumprimento
das regras e principalmente organização; e ao governo fica a estratégia para
que cada dia possa resolver os problemas de Belém do Pará, que não são poucos
e que nem podem ser resolvidos de uma hora para outra, porém essa estratégia
servirá para melhorar a cidade, pois a mesma merece respeito e muita dedicação
sendo ela o espelho das demais cidades do Pará. É claro que todos devem tomar
consciência de que a tendência é sempre piorar, pois não devemos nos esquecer das estatísticas básicas. Como o crescimento da população e da frota de veículos, a
questão a ser tratada é a adequação a esses fatos, como minimizar o
problema.
No trânsito
a mudança deve ser mútua. O governo trabalha e a população ajuda, para que cada
ponto possa ser explorado para o aprimoramento e que com o tempo as pessoas
possam se adequar com está cidade que está mudando, que está crescendo e que se
torna cada vez mais urbana, infelizmente. Que junto com o crescimento venha o
desenvolvimento e a dedicação recíproca, para que as próximas gerações não
sofra mais do que esta.