quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Vida linda aos meu sobrinhos


Só posso desejar que a vida seja generosa e justa às crianças da família, e a todas crianças espalhadas nesse mundão.


Que ninguém roube delas, o que elas merecem para crescerem sem traumas e frustrações. Que ninguém roube delas a esperança, afeto e amor que todo ser humano precisa. Que não percam a pureza e simplicidade, apesar da idade.


Me renovo, pois eles (Marcinha, Pri, Sarinha, Júnior e Paulinho, os mais novinhos😂) são livres de tudo de ruim que adquirimos com o tempo.


O mundo pode tá desabando ao redor, e eles estão lá: no mundo colorido e divertido deles.


Às vezes o clima pesa entre os adultos: só a pureza deles pra quebrar as indiferenças construídas por bobagens.


Eles ainda não percebem o quanto os adultos são injustos e indiferentes por diversas vezes, por política, religião, ou qualquer outra coisa.


Percebo o quanto crescer dói. O quanto as nossas atitudes são fundamentais na formação do caráter deles...


Do quanto é difícil, em meio uma sociedade egoísta e cheia de ódio mostrar com palavras e ações o poder do amor, do respeito e empatia.


Desejo aos meus eternos bebês crescidos, hahaha (Danyllo, Danielly, Josué, Jonatas, Abraão, Moisés) que a sociedade caminhe sempre no caminho da justiça e igualdade.


E só posso desejar, do fundo do meu coração aos adultos que perderam o melhor da vida: que haja um recomeço.👐👐


Que a vida devolva tudo que um dia alguém roubou na infância. Que o tempo reconstrua o que foi destruído.🙏

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Minha vó é centenária



Não nascemos prontos. Esta é a frase que frequentemente está na minha mente. Nós erramos e convivemos com erros dos outros. Mas seguir em frente é o caminho.

E independente do que aconteça: é vida que segue.

Quando olho para minha vó. Quando vejo seus cabelos brancos e as marcas da velhice imagino quantas vivência ela já passou. Quantas alegrias, tristezas, vitórias e perdas. De quantas vezes teve que seguir em frente. Ou de quantas vezes a vida seguiu, sem esperar que ela seguisse junto.

São 100 anos vivendo essa vida imprevisível. Cheia de surpresas boas e ruins. 1 de setembro de 1918. Foi a data do seu nascimento. Uau!

Quando olho para ela percebo o quanto o tempo é monstruoso e cruel com o ser humano. Ele traz os cabelos brancos, dor aqui, dor aculá, rugas, fraquezas...Sei também o quanto o tempo é bondoso. Ele traz amigos, filhos, genros, noras, netos, bisnetos e até tataranetos. Minha vó tem tudo isso.

É o milagre da vida. Ester Vasconcelos Dalmacio é um milagre. Matriarca que trouxe nas costas 4 gerações.


Me apego nas lembranças de uma vida inteira de convivência com essa venhinha durona. Lembro quando ainda nem sonhava em ser jornalista e adorava quando ela contava suas histórias.


Eu ficava imaginando "Meu Deus, minha vó viveu na era Vargas", viveu na ditadura e no tempo do Barata ( Como ela falava desse Barata)😱. Que louco isso.

Sim. 1 século deve esconder muitas histórias. Hoje ela não está tão lúcida para contar tudo que eu queria saber. Fala bem menos e me arrependo de não fuçar esse passado de 100 anos.


Mas lembro. Como lembro de histórias que me arrancaram lágrimas. Lembro que sempre gostou de contar, principalmente na hora do almoço, esses retalhos da sua longa vida...Ela foi criada por uma madrasta má. Daquelas estilo filme mesmo. Ela apanhava e trabalhava muito. Pouco falou da mãe, mas do pai pouco afeituoso e dessa madrasta cruel.😩

O que falar de quando ficou viúva com dois filhos pra cuidar? Em uma época daquela perder o marido com dois filhos não deve ser fácil. Não foi. Mas ao mesmo tempo que a vida te fere, ela as vezes de dar também um Remédio.

Lembro dela falar da dona Ornelia, a cunhada que tanto a ajudou a cuidar dos seus sobrinhos. Pq Deus envia sempre anjos, mesmo que em forma de gente pra ajudar quem precisa. Como neta não tenho propriedade pra falar muita coisa de sua história. Sei que daria um livro. Mas sei que em 100 anos foram muitos braços estendido, muitas decepções e erros também.

Ela casou novamente e vieram mais dois filhos, entre eles minha mãe (Diva). Sempre trabalhou em casa de família e se virava como podia.
Depois de alguns anos lá estava ela ficando viúva do segundo marido. Mas ela é dura na queda. Todos nós sabemos. Sempre com esse jeito forte.


É gente....

Sei que a vida da vovó não foi fácil e por isso que ela é durona desse jeito. Pense uma velhinha forte que escapou de umas e outras, que quase não vi chorar ou se desesperar por alguma coisa. E olha que já passamos por cada uma.

Só temos que agradecer por sua vida e reconhecer que essa força que vem de algum lugar, mesmo que de sua infância complicada é de tirar o chapéu. Eu particularmente agradeço por essa convivência de uma vida inteira.

Como esquecer daquele bife que só ela fazia? Como esquecer da milhões de broncas? Muitas, muitas broncas. Hahahha😂

Como esquecer de quando eu entrava tarde no quarto pensando que ela tava dormindo e no outro dia ela falava pra mamãe " Sônia a Michele entrou 1 hora".😂 Kkkkk.Essa lucidez que eu sempre agradeci. Todos nós. É uma graça. Adora fazer graça com os outros.

Eu não posso terminar o texto sem falar da minha mãe Sônia Maria: dessa filha exemplar que que sacrificou e ainda se sacrifica por ela. Quanto cuidado e dedicação! Um exemplo de como se deve tratar e cuidar de um idoso.


Hoje agradeço a Deus por ela. Pela minha mãe. Por tudo que nossa centenária representa para cada um de nós. E agradeço pelo dia de hoje, por unir a família Dalmacio nesse dia (01/09/2018)😍.

Ser mulher é continuar lutando


Tem muito homem e até mulher que passa o ano todo dizendo que a luta por direitos de mulheres é "mimimi", que o Feminismo é de esquerda e que são um monte de loucas que precisam de "macho" ...E muitos outros absurdos que ferem a história da mulher.


Aí chega o dia 8 de março e começam cuspir hipocrisia: chamam as mulheres de guerreiras (como as que criam os filhos sozinhas), mas no resto do ano chamam essas mesmas mulheres de vagabundas e muito mais, que se ela abre a perna agora tem que aguentar. Ahhh.


Chamam de guerreiras as universitárias, as que debatem política, que exercem várias profissões que apenas homens exerciam. No resto do ano ficam praguejando o mesmo movimento que lutou por todos esses direitos.


Nós (mulheres) ganhamos muito com o tempo, com luta. Nada nos foi dado por caridade, tudo dependeu de luta. Ainda temos muitos problemas que também não serão dados de graça. Nunca serão.

Essa data existe graças às operárias que morreram lutando por direitos. Precisamos mais que uma flor do dia 8 de março. Precisamos de respeito aos nossos problemas e a nossa história.

Lembro que certa vez escrevi sobre minha vontade de não ser mulher: tenho cinco irmãos e desde sempre percebo as desigualdades grotescas entre homens e mulheres. Mudei. Hoje tenho orgulho. Pq sei de onde viemos. Sei das lutas. Sei da nossa força.

Os homens sempre tiveram tudo ao seu favor. As mulheres não. Mesmo assim olha pra nós: ganhando o mercado, as faculdades, as pesquisas. É lindo. Lindo, lindo, lindo. Mas não foi de graça.

Muitos homens não aceitam ser contrariados, deixados. Mulheres são mortas e violentadas e pasmem: ainda tem quem diga que a culpa é da mulher.

Somos cobradas todos os dias em tudo. Nos cobram a merda do padrão de beleza e principalmente submissão.

São tantas injustiças que o que podemos dizer hoje é que a luta não acabou. Repensem o que vocês postam durante o ano. As facadas que enfiam no peito de muitas mulheres. Que hoje venha ser um dia se conscientização.


A luta continua: sempre!

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Mulher e a cobrança do corpo perfeito



Foto antiga com edição (haha)

Para falar da cobrança por um corpo perfeito para  nós mulheres é preciso entender que há um processo social que nem percebemos. Vamos lá. Segue minha experiência:

Lembro dos anos 90, eu pirralhinha...Já via, nos programas de TV um padrão de "corpo perfeito".

Via as dançarinas do Faustão e do Gugu, todas com corpos "perfeitos expostos". Lembro da banheira do Gugu, que era nada mais que uma propaganda para a Playboy (Depois que descobri, tá? Tipo, atualmente).

Ahh, os anos 90(os meus anos 90 em diante). Lembro das personagens Feiticeira e Tiazinha e a febre das duas nessa geração. Dos chicletes infantis com as figurinhas de adesivo com suas fotos seminuas. Meu amigos, irmãos, coleguinhas, eu (as crianças da época) comprávamos.

Era a sensação. Foi um estouro, uma febre...As dançarinas, as assistentes de palco, as atrizes, grupos musicais como o É o Tchan. Mulheres tendo seus corpos como produto. Homens consumindo e toda uma geração de pessoas insatisfeitas.

Filmes e novelas não fogem desse contexto, em que a sexualidade feminina está sempre por lá. Pouco  coisa mudou, os programas de televisão continuam com essas exposições. 

Onde quero chegar lembrando desse período dos anos 90, e dos dias atuais?

Quero chegar na cobrança/tortura que mulheres passaram/passam desde sua adolescência até sua vida adulta. Quero chegar nos meninos/homens que desde pequenos idealizaram um corpo que não existe. São corpos com silicone, com cirurgias, com vários procedimentos estéticos.

São corpos ajeitados em programas de edição de imagens. É a celite que se tira aqui, estria que se tira ali. E por mais que essas moças consigam o padrão do corpão perfeito, nós sabemos dos sacrifícios para isso.

Aqueles meninos que viam/vêem esses programas, revistas de mulheres peladas, pornografia, são homens hoje. São homens que em muitas situações (não são todos, ok?) esperam ou procuram uma mulher com esse padrão...

Quando casam ou possuem qualquer tipo de compromisso, em alguns casos traem e não se contentam com apenas uma.

Nunca então satisfeitos.

Meninos que fazem mulheres sofrerem por causa de uma sociedade que cobra de mulheres um preço alto demais. Uma sociedade em que empresas usam corpos de mulheres como produtos e massacram todas as outras.

Essa é a realidade: corpos de mulheres como produtos, homens exigentes e mulheres sofrendo com seus corpos.

Eu sou uma dessas mulheres, que sempre fui inconformada com meu corpo, sempre comparando com os outros.  Muitas de nós somos essas mulheres que passamos nossa adolescência odiando nossos corpos. Odiando nossa aparência.

Era época que cabelo cacheado/crespo era ruim, e a febre dos alisamentos. E tantos outros padrões impostos e aceitos.

Ah, mas essa época passou. Não. Não passou. Estamos sofrendo as consequências dessa época. São meninas se matando em academia. Mulheres morrendo em clínicas de estética...Nessa busca desenfreada pelo corpo perfeito.

Vejam que não estou falando de saúde, vaidade e cuidado, isso é bem-vindo a todas nós. Ou de homens que admiram a beleza de outras mulheres sem maldade...

Não.

Eu estou falando do martírio. Estou falando de depressão. Estou falando de vários vícios, como a pornografia masculina. Estou falando de um mau comum (Para homens e mulheres).

Estou falando das conversas de homens que quase sempre envolve o corpo feminino...

Do quantos os próprios homens cobram dos outros "masculinidade", pois tem que falar de mulher. São rotinas, comportamentos tão comuns que nem percebemos. Não nos damos conta, pois não falamos sobre isso.

Algumas mulheres do movimento feministas protestam sem roupa. Os comentários em fotos desse tipo são: bando de barangas de peitos caídos. Se é uma forma ruim de protesto ou não, nem vem ao caso em minha análise desse assunto. Mas sim sobre todo um padrão de corpo feminino perfeito idealizado pela sociedade.


Converso bastante sobre isso com meu marido. Ele me apoia com todas minhas revoltas. E falamos sobre beleza.

Ele sabe de todo meu sofrimento com minha aparência e de minhas inseguranças ao longo dos anos. Ele teve que lidar com isso. Hoje pessoas chegam com ele e falam negativamente sobre eu ser Feminista. Mas só ele sabe o quanto isso tem feito bem pra mim, só ele sabe de todas minhas crises e sofrimentos por me sentir feia, inferior.
Muitos não entendem do meu marido  apoiar meu lado político/social e no movimento feminista. Mas convivemos há quase 15 anos. E realmente estou em uma fase de mudanças e aceitação. 

Se olhar no espelho e se comparar com outras pessoas é complicado demais. Não viramos confiantes da noite para o dia. É um processo lento e doloroso.

Tenho muitas recaídas. Recentemente descobri que tenho vitiligo. É uma doença autoimune, que afeta a melanina do corpo. Doenças autoimunes na maioria das vezes são geradas por problemas emocionais: eu passei por problemas familiares fortes demais, talvez seja isso.

Mas a questão é que o vitiligo muda a cor da pele, e já avançou um pouco. A ansiedade também fez com que ganhasse uns quilinhos. Uns 14 quilos depois que casei. As esposas dos amigos do meu marido são magrinhas....E lá vamos nós do início. Lá vamos nós recair e recomeçar o processo de aceitação. E não é fácil. Não é fácil porque o sistema em que vivemos é cheio de cobranças.

 É um processo louco e hoje estou melhor. Quero apenas cuidar da minha saúde emocional e física. Se for pra emagrecer não é pra agradar quem me chama de gorda ou porca (como me chamaram esse ano), mas sim por mim.

É uma loucura toda essa questão de padronização da beleza feminina. Gera a rivalidade feminina. Gera complexos e tantos outros sintomas maléficos para nossa sociedade. E o que acho interessante sobre isso é que são comportamentos camuflados. Pouco ou quase nada se fala. Não temos força nem coragem para isso. Essa camuflagem durou anos....Mas:

A internet veio e estou até sem palavras pra falar do quanto ela alvoroçou esse assunto e tantos outros. Bora falar, se ajudar, elogiar a amiga que está se sentindo feia e pra baixo. 

Para terminar essa minha reflexão que rende um livro 😅:

Almejo que nós mulheres encontremos beleza em nós mesmas.

Espero que todo esse padrão seja, mesmo que lentamente despadronizado...

Não só pelas mulheres, mas pelos homens também.

Que cada uma possa encontrar beleza (que não tem padrão) no que é comum.

Só assim haverá relacionamentos mais saudáveis. Não só relacionamentos, mas pessoas mais saudáveis.

Se ame. Se cuide.

Por: Michele Lobo

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Copa do mundo: nunca foi só futebol

Imagem: Esporte Interativo

"Somos um só coração". Começo meu texto com 
essa tradicional frase "cut, cut" de copa do mundo, uma frase bem cara de comercial, mas é o que realmente vejo na copa.

Esquece a rivalidade dos times, pois "noiz comemora tudo junto mermo" (Rááá).

 Não tem Remo e Paysandu; Palmeiras e Corinthians; Flamengo e Vasco; Fortaleza e Bahia; Internacional e Grêmio e tantas outras tradicionais rivalidades do futebol. Somos agora um só coração.

Nossa seleção têm meninos que cresceram nos times brasileiros, que depois foram para os times de fora brilhar, e como brilham.

 Garotos, que no geral vieram da periferia, muitos filhos de mães solteiras. Porque futebol, amores, aqui no Brasil é esporte de periferia. É o que nos representa.


São meninos da pobreza que jogam pra chutar a tristeza para fora. Eles inspiram muitas crianças e no geral, o esporte salva vidas: tira da situação de risco, ocupa o tempo. Todos sabem desse poder do esporte.

Há quem diga "Ahhh, que vergonha ser conhecido como o país do futebol e não da educação". Eu tenho é orgulho mesmo, e explico o porquê de tanto orgulho.

 O Brasil foi um país colonizado diferente de vários países da Europa. A gente vive injustiças de um país subdesenvolvido desigual.


Somos atrasados? Sim, como não ser? Fomos colonizados, vivemos ditadura militar e parlamentar também. (Bora passar rápido por aqui, né?? Falamos de desgraça o ano inteiro)

A gente não vive, sobrevive. E sabe como fazemos isso?

 Driblando nossos problemas todos os dias, na garra, na graça, no sorriso no rosto: como no futebol brasileiro.

 É praticamente o pouco de orgulho que nos resta.

São meninos de várias raças, pois somos a seleção mais colorida e diversificada das copas. Somos o pais da mistura. É lindo de ver.


Aqui é união, meu irmão. A gente fala mal do Galvão, mas na copa não vivemos sem ele, pois além de tudo somos tradicionais.

A gente se une mesmo com o vizinho fofoqueiro pra enfeitar a rua com bandeirinhas. E se não unir, meu filho vai cair na internet, e cá entre nós: no final tudo é motivo pra rir.

A gente rir junto com pessoas que não conhecemos. Fiquei sabendo que a Alemanha perdeu no ônibus, o tio do bombom avisou. E lá estavam pessoas que não se conhecem rindo da Alemanha. 

 Obrigada Copa do mundo



Estamos respirando. Urfa! Passamos um bom tempo brigando, sofrendo nas redes sociais: o assunto era só política.

Deixamos de seguir pessoas, excluímos amigos e fomos excluídos. Fase que infelizmente já vai começar novamente.



Como não agradecer a copa do mundo por essa pausa? As redes sociais é só copa do mundo.

Até quem não gosta só fala dela. ( Nem ligamos). A gente sabe dos nossos problemas, queremos pause, queremos ver arte, queremos curtir os melhores do futebol do mundo. Ok, eu ligo. Fiquei com ódio dessa imagem abaixo. Hehe



A gente até curte Posts de quem a gente pensou que nunca ia curtir nada.



A gente já riu tanto, meu Senhor! Obrigada. Estamos com tantos problemas que a copa foi um relaxante muscular pra alma.

Como foi lindo rir da Alemanha, mas claro, com medo do Brasil ser o próximo (E foi, buáááá). Rir do Messi e do Cristiano, preocupados com o menino Ney. Como é maneiro rir suando frio. Hahaha


Falando do menino Ney...Falaram muito, muito e muito dele. Teve muita onda, críticas e defesas. Porque a gente quer rir, mas também quer brigar. Hahahha


A gente briga mesmo, porque internet sem onda é a mesma coisa que avião sem asa, fogueira sem brasa. Futebol sem bola, Pipiu sem Frajola (Pause pra cantar a música).

No final de tudo: se a gente fala mal do jogador mais bem pago do mundo, é porque só a gente pode falar mal. Entendeu? A onda é nossa e de mais ninguém.



Nostalgia

 Na copa do mundo tudo é diferente. Todo mundo ama futebol...hahah. Porque mesmo a gente não gostando de futebol,  na copa a gente dá um de especialista, né não?

As famílias, amigos e vizinhos se reúnem pra de divertir. Como precisamos de momentos assim. Como eles são importantes.

Quantas coisas mudam em 4 anos? Pessoas crescem (minha sobrinha era bebê na copa passada, hoje ela tá gritando vai Brasilllll), meus sobrinhos mais novos nem existiam. Como estaremos daqui a 4 anos?


Pessoas nos deixam em 4 anos. Esse ano um conhecido super gente boa, amante do futebol se foi desta terra. Ele já tinha a roupa da copa e prometia bagunçar muito. E o que restou foi às copas passadas, quando ele estava alegrando a família e amigos. Ficará na lembranças o querido Robson Avelar.

Meu sobrinho ia fazer a pipoca nessa copa( a dele é umas da melhores), mas com os problemas da vida, ele não pôde esse ano. Mas na copa que vem ele estará.


Quantas histórias de copas anteriores tantos brasileiros têm pra contar, que só a memória pode gravar?

Momentos bons que não voltam. Lembranças que ficam e nos bombardeiam com vários sentimentos: saudade, alegria, tristeza, orgulho, esperança. 

Mesmo o Brasil perdendo, nesse período somos felizes e também lembramos de momentos bons.Vivemos ,  nos divertimos em meio ao caos que é nossa sociedade e vida.

Por isso precisamos de momentos que só a copa nos proporciona. A vida é imprevisível e não podemos perder tudo isso, toda essa diversão e companheirismo. Curta a copa, amigo. Por você e pelos outros.


Nos jogos do Brasil desse ano eu gritei como nunca, pelos gols, mas também porque eu queria há muito tempo gritar, de raiva e tristeza pelos problemas que minha família tá passando, pela vida, por tudo.

Gritei. Gritei muito. Um grito disfarçado de gol e de felicidades por ele, também, claro.

Obrigada por isso também, copa do mundo. Por gritar sem ser levada pro hospício.

Memes

O maior barato da copa na era digital: tudo vira piada. Somos a nação mais feliz do mundo, minha gente. A gente rir  da barriga doer e a criatividade rola solta.


A gente paga internet pra fazer onda e pra gargalhar mesmo.


De lembrar que nas poucas copas mal tínhamos internet. Como as coisas mudaram, meus amigos. E rápido.


Como foi maneiro entrar nas redes sociais esses dias. Me passo pra tanta criatividade. Eu aplaudo o Brasil por isso.



A gente é doido e não é pouco. A gente se mete em cada uma. Tiramos ondas com todo mundo, até com a gente mesmo.


A gente riu muito da queda do Tite e da queda do Neymar, aquela do giro sem fim.  


Somos um só coração até nos memes. E eu pensando que só eu tinha notado o torcedor bizarro que deu medo. Depois do jogo, meu Deus. Era chuva de memes


Que copa divertida, amigos!


Olha, gente. Foi cada uma que saiu.


A gente perdeu, mas foi feliz. Claro que sim. Eu fui. Ri muito dos memes da nossa derrota também.


E se a gente perde, não perdemos a classe.

A gente perde e continua Rindo. Alguns, né (sempre têm aqueles seres que vão nas redes sociais dos jogadores xingar).



País do Futebol

Em certo congresso de Jornalismo que participei, em que uns dos palestrantes era o diretor geral de esporte da Globo (os jornalistas de esporte da Globo são os melhores, só fera), eu perguntei porque a mídia valoriza prioritariamente o futebol, já que outros esportes também precisam de patrocínios, que a mídia proporciona.

 Ele disse que o futebol fez por merecer, ganhou espaço, que não foi a mídia que fez o futebol, mas ele se fez por merecer pra ter esse destaque.

Claro que não concordo 100% com sua resposta (sabemos o poder da mídia), mas sei que o futebol conseguiu um estágio que dificilmente outro esporte conseguirá: cultura.

Somos melhores em outros esportes, o vôlei brasileiro é o melhor do mundo, mas nunca o Brasil vai parar por eles. Só o futebol conseguiu essa proeza.

O futebol não é apenas futebol. É cultura. É história. São times consagrados no país inteiro. Histórias antigas. São clássicos como Remo e Paysandu. Histórias espalhadas por todos os estados.

                         

E a copa? Ahhh, na copa nós nos vemos em apenas uma seleção. Somos a melhor seleção do mundo.

 E não se trata apenas das cinco estrelas que temos. Trata-se dos destaques em todas copas, mesmo quando perdemos.

Trata-se de ser o único país que jogou todas as copas. De sempre passar pra segunda fase em primeiro lugar.

Não importa (Mentira, claro que importa) se perdemos desde 2006, somos bons. Estamos sempre brilhando. Perdemos, mas continuamos entre os melhores.


Países que não jogam ou se destacam na copa torcem pelo Brasil, pois é um futebol lindo de ver. É arte.

 O Brasil tem e sempre teve jogadores fantásticos. Meninos que brilham lá fora nos grandiosos times europeus e do mundo. É o país, sem dúvida alguma, do Futebol.

América latina, menos Argentina

Não basta a gente torcer para o Brasil. A gente seca os times Europeus, torce para os Hermanos, mas claro tradição é tradição: Argentina jamais.

É uma pena que nas quartas de finais não haverá nenhum Hermano. Mas é vida que segue. Secarei a França pela copa de 98, que era pra ser nossa.

Porque a gente não perdoa. Quem perdoa é Deus, né não? A gente guarda é rancor mesmo. A Alemanha por exemplo será um ódio, meio que eterno sabe (heheheh).  Não tem como esquecer 7x1 dentro de casa.

Não apredi dizer adeus

Ahhhhh, gente. Foi bom enquanto  durou. Foi bonito foi, Foi sincero foi.🎶🎶 Foi muito bom. Foi divertido, como sempre foi. Perdemos por besteira.

O Brasil brilhou, como sempre. Claro que deveria ser mais do que foi ( Sempre esperamos jogadores estilo aqueles feras de 2002, ô saudade).

Mas o Brasil brilhou, como brilhou. Afinal, nunca foi só futebol. Sempre foi o humano, o social, os risos, os abraços, os gritos, e tantas outras coisas.  💛💚🇧🇷


Que venha a próxima copa cheia de boas energias. Que nos próximos anos a vida nos dê dias melhores. Que o Brasil seja melhor em 4 anos, no futebol, na sociedade, na vida.

Que em 2022 a gente tenha mais motivo para comemorar, se divertir. Que mesmo com tantos problemas, a gente não perca o que temos de melhor: nosso humor.




Michele Lobo

segunda-feira, 11 de junho de 2018

História de vida

“Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir. Tenho muito pra contar. Dizer que aprendi”: (Tim Maia)




Como diz uma música do grande Tim Maia “Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir. Tenho muito pra contar. Dizer que aprendi”:

Muito desse aprendizado tem muito a ver com um trecho da fala de Rocky Balboa ao seu filho no filme “Rocky 4”:

"O mundo não é um mar de rosas. É um lugar ruim e asqueroso. E não importa quão durão você é; ele te deixará de joelhos e te manterá assim se permitir. Você, eu, ninguém vai bater tão forte como a vida, mas não se trata de bater forte. Se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer."

Vejo meus bebês (sobrinhos), e torço por dias melhores para a sociedade. Não posso ser egoísta e desejar o bem apenas para eles. Não peço que vivam em uma bolha, protegidos e mimados. Não. Muita coisa de ruim que acontece é necessário para o aprendizado. Eles, de vez em quando, precisam cair e levantar sozinhos.





Torço por uma sociedade melhor. Senti na pele muitas das mazelas que a sociedade pode causar. Não a sociedade em si, mas o que nós construímos dela. O mundo é sim um lugar ruim e asqueroso. Um lugar onde reina as desigualdades sociais.

Falando em desigualdade, ela é o que mais odeio na sociedade. É por ela que o mundo é tão asqueroso. Me intriga saber que meus sobrinhos sofram por aparências, ou qualquer outra coisa.

Em certo discurso do nosso governador (pelo qual tenho uma grande decepção, mas é ótimo na demagogia) ele disse que o que mais dói não é a pobreza, o que mais dói é a desigualdade... É uma pequena parcela de pessoas ganharem exageradamente bem e a maioria viver na grande miséria.

O governador Simão Jatene tem toda razão. É a desigualdade nosso grande problema. É o que mais dói. Lembro que passei quase toda minha vida estudando em uma escola de classe média alta. Porém nunca fui do meio. Com nove filhos nas costas, meus pais passaram por muitos apertos e nós também.

Ir para escola com vergonha de não ter o dinheiro do lanche, sem os livros didáticos exigidos, ou mochila nova no começo de ano sempre foi um problema. A gente se fecha com as diferenças. Ela dói. Ir para aula era uma angústia. Isso desde da primeira série até o segundo ano do ensino médio.

O Rêgo Barros tinha um ótimo ensino. Mas eu não tinha muitos incentivos para isso. Odiava estudar. Tinha pavor daquele mundo de classe média alta.


Foto/Site da Fab


Passei muitas vergonhas. Desde o Sapato furado, até o uniforme desgastado. Lembro que sempre dava uma desculpa no dia que as coleguinhas marcavam para levarem suas Barbies (Eu não tinha).

O que falar no final do ano quando todos pegavam suas blusas para assinarem e eu dava meu caderno, pois não sabia se meus pais teriam condições de compra uma nova (E por muitos anos não tinham). Lembro de quando a professora me tirou da sala por falta de livro, ainda teve a votação da segunda aluna mais pobre da sala na quarta série. Sorte da que ganhou em primeiro lugar que não soube da votação. Fui muito ridicularizada pelo meu cabelo, corpo e timidez.

Odiava meu jeito, tinha vergonha do meu corpo, das minhas condições e até da minha religião. Criada em um lar evangélico tive que lidar com muita coisa.Paguei na pele por erros de muitos. Eu que sempre fui discriminada em certos pontos, como teria forças em discriminar alguém por qualquer que seja o motivo? Na vida conheci tantas pessoas diferentes. Religiões, culturas, opção sexual e até hoje tenho amigos da diversidade. Todos com espaço especial no me coração.

Não escolhemos de onde viemos, mas no caminho aprendemos o que é certo e errado; o sentido da vida; o que realmente importa, que vai mais muito além de religião. Vejo brigas por todos os lados. Conheço de perto esses lados. Eu amo pessoas desses lados. Na diversidade de pessoas que encontrei por ai aprendi a escutar todos os lados. Sempre fui tímida e calada. Ouvir e observar sempre foi um mérito meu.

Vi cristãos apedrejando, como aqueles religiosos que foram recriminados por Jesus de Nazaré, mas também levei muito preconceito por colegas e até professores que me discriminaram por isso. Na infância e adolescência somos muito do que nos é ensinado e isso não é uma escolha por muito tempo. Fico feliz de sempre tratar as pessoas como gostaria de ser tratada: com respeito.

A maior parte da minha infância e adolescência foi nesse inferno emocional. Sei que muita coisa não depende de nós. Nossas origens, nosso meio diz muito sobre quem somos e como contribuímos na construção social.

Talvez inconscientemente, sem ter visto o filme Rocky 4 segui o conselho do protagonista: lutei cara a cara com a vida. Ela me esbofeteou muito. Riu de mim. Me colocou no chão. Eu decidi o oposto do que eu era.


Comecei namorar, ainda na adolescência com um cara mega comunicativo (hoje meu esposo), o palhaço da família, da escola e de outros meios. Meu oposto. Era comum os comentários negativos. Mas já esperava por isso: a Michele não é para o Saulo.

Mas ele sempre me assumiu e nos completamos com nossos jeitos diferentes...Um amor que começou na adolescência. Um amor sem exposição, sem muitas fotos ou declarações públicas.


Já que insegurança sempre foi meu “forte” decidi por isso, eu imaginava: já pensou eu me declarar em redes sociais e depois ele me lagar por outra?

Sim. A insegurança atrapalhou muito nossa relação de idas e vindas. Mas o Saulo sempre foi muito seguro. Sabia o que queria e sempre falava em casamento.

Sempre me elogiava para os amigos. Sempre teve orgulho de mim. Sempre apoiou meus sonhos. Me dizia e ainda diz que sou linda, mesmo me achando horrível.

Na verdade não apenas ele, mas minha mãe e minha segunda mãe ( Minha irmã mais velha) sempre fizeram questão de me elogiar. Me chamavam de princesa e diziam sempre que estava linda. Sem eles saberem me ajudavam muito em minhas crises de patinho feio.

Eu, logo eu, a sonsa (sinônimos que tive que engolir), a das piores ( humm as caladas são das piores, como diz certo ditado), besta, e nomes afins que eu nem lembro escolhi Jornalismo. Comunicação? Oi? Como? Porque? Onde?

Quando me inscrevi no ProUni escolhi um curso com uma nota baixa (Nada a ver comigo, só queria passar) . Depois perguntei se poderia mudar de curso e dentre várias opções estava lá o Jornalismo.


Turminha

Fiz Jornalismo mesmo com toda timidez e insegurança. Um tiro no escuro. Costumo dizer que o Jornalismo que me escolheu. Quem me conhece há muito tempo não acredita que escolhi comunicação. Não tem como acreditar. Nem eu acredito.

                                         


Não! O mundo não é o mar de Rosas e nos deixará de joelhos se nós permitirmos.

Decidi parar com esse medo idiota. Com essa vergonha idiota. Parar de me achar feia por causa dos outros, ou vergonha de onde venho ou quem sou. O pavor de ficar perto de gente bonita, bem vestida e rica. rsrsrs


ASCOM Defensoria Pública

Mudei e sei que foi pra melhor. Entrei na faculdade com vontade de aprender e ser melhor. Sempre quis ser a melhor profissional, a melhor aluna. Falhei várias vezes, mas sempre tentando ser melhor. Me doar ao máximo e aprender o que precisaria aprender. E como aprendi.

Não fui e nem sou a mais comunicativa, pois têm gente que diferente da minha história teve toda uma vida de comunicação. Só eu sei como melhorei. Sei da escuridão que sair. 

ASCOM Ministério Público
Escrevo essa parte chorando. Foi lindo. Sair do casulo é maravilhoso. Não apenas em fazer o curso (que por incrível que pareça parece que foi feito pra mim), mas pela mudança que decidi fazer e fiz.

ASCOM Selo Unicef

Que Mestres encontrei. Que amigos, colegas e conhecidos sensacionais! Virei fã de tanta gente. Chefes maravilhosos que me ensinaram muito.Feliz por conhecer até os que nem tive contato. Quantas pessoas maravilhosas, de personalidades fortes. Mulheres empoderadas. Militantes dos Direitos Humanos. Guerreiros da profissão, da vida!

Pessoas competentes que me passaram conhecimentos e boas energias para que eu sempre buscasse ser uma pessoa e profissional melhor.


Turma da Pós-graduação



Acho que teve gente que pensava que era puxa saco de professor (rsrsrs), mas só eu sabia o quanto era maravilhoso tudo, do quanto eu os admirava e ainda os admiro. Era o meu momento de extravasar tudo que estava trancado.

Quantos entrevistados! E de todas as classes. Nossa! Lembro da minha felicidade quando um assessorado me elogiava aos meus chefes. Foi um mundo tão novo. Conversar com um defensor ou promotor, ou trabalhar no gabinete de uma secretaria. Era tudo que nunca imaginei fazer. 

Do começo ao fim do curso fui entusiasmada. Chegava em casa radiante. Feliz. Pelo curso que escolhi. Pelos aprendizados. Pelas histórias lindas da profissão.

Não gente! O Jornalismo não é um mar de Rosas. Mas é a profissão dos meus sonhos. É um mundo de histórias, de personagens/pessoas, de vivências e de muita COMUNICAÇÃO. Hahahaha (Oi?)

Mas...

Em certo dia de estágio, quase no final do curso, lá estava a vida tentando me colocar de joelhos mais uma vez. No ambiente de trabalho, me disseram que não me vestia bem, que não era Boa, que meu cabelo era ruim, que o Jornalismo não combinava comigo e muitas outras coisas.

Meu mundo caiu. Um filme passou na minha cabeça. Nesses momentos só vem na cabeça as lembranças ruins, das humilhações, dos fracassos. Pensei em desistir e acreditar que não era meu mundo. Que o Jornalismo não era pra mim. Que foi idiotice minha.

E a síndrome do patinho feio voltou. Mesmo que as pessoas que falaram isso não serem jornalistas e meus chefes serem uns amores eu dei ouvido pra muita coisa. Só eu sei como mudei. Eu era mega tímida, sempre de cabeça baixa e suando frio no meio de grupos. Mas é claro que mudanças levam tempo. Eu mudo todos os dias. Sempre busco melhorar minha escrita, meu jeito. Sei muito bem o que a timidez me custou.

Lembrei o que aprendi em certa aula de psicologia: de como as pessoas enxergam as coisas. Em um copo pela metade, algumas pessoas vão dizer que está metade cheio e outras vão dizer que está metade vazio. Isso foi um tapa na cara (ainda bem que lembrei).

Passei a vida vendo o copo metade vazio. Sempre o pobre que estava pela metade, na minha visão estava metade vazio. Nunca metade cheio. Sempre com pensamentos negativos. Ai então outro filme passou na minha cabeça:

Das amigas que dividiam o lanche comigo; da professora que me dava livros do professor pra eu passar corretivo e não ficar sem; das brincadeiras de rua, poucos brinquedos com muita diversão. Lembrei de tantas mãos estendidas. Da bolsa do Prouni que consegui graças a uma boa educação. Tantas coisas boas.

Olho para o lado e vejo pessoas catando lixo pra comer. Olho para o outro e vejo crianças tendo direitos violados, mulheres sendo violentadas, espancadas; mendigos sendo acordados com jatos de água em um frio congelante.

Que ingrata eu fui. Se formos olhar para o próximo, nosso mundo faz mais sentido. Tudo muda. Passei por muitos momentos ruins sim, mas era a única coisa que conseguia ver. Cara! E teve tanta coisa boa.

Aprendi a olhar mais para o próximo, seja ele qual for, pois sei o quanto o desprezo dói. O quanto a vida é difícil. Não só pra mim. O mundo não gira ao meu redor. Me afastei de pessoas queridas por insegurança. Deixei de fazer muita coisa por insegurança. Por sempre enxergar o copo metade vazio.

Mas foi também por insegurança que hoje mais do que nunca quero ser melhor em tudo que faço. Talvez não tenha sido a melhor aluna, a melhor estagiária. Mas melhorei muito do que eu era. Nossa! E como mudei. Como melhorei.

O Jornalismo/comunicação me deu muitos presentes. Trabalhar em lugares em que aflorou minha paixão pelos Direitos Humanos, pelo ser humano. Me apaixonei por tantas outras coisas, pela arte, cultura. Passei a olhar tudo diferente, com aquele olhar de quem quer escrever tudo que vê: as belezas, as injustiças, a vida.

Hoje estou entrando em outros ciclos da vida. Recém formada em Jornalismo. Recém casada e....Cheia de projetos de vida e de profissão. Estou realizada? Sim e muito. Mas tem muita jornada pela frente.

Estou orgulhosa de tudo que venci. Realizada pelos quatro anos de curso e pelas conquistas do Jornalismo. Feliz pelos presentes que encontrei no caminho. Pela grande família (quantos sobrinhos meus Deus) que sempre tive e aumentou. Por mais uma grande família que ganhei (do marido). Aumentaram os amigos, pois músico é fogo para ter amigos, ainda mais o melhor baterista (hahaha).

Casei em um sítio, pois sempre fomos apaixonados pela natureza, pelo Pará (Tinha no nosso cardápio comidas paraenses: porco no tucupi, arroz paraense, maniçoba…hummm tinha que ter). Não casamos no gramado, pois choveu. Mas amamos a chuva paraense e depois de passar alguns dias fiquei feliz pela chuvinha de final de tarde que é a nossa cara. Tinha que chover.

Estou lembrando neste texto o quanto a caminhada foi difícil. O quanto tive que lutar com a vida que bate pesado. Mas ouçam o tio Rocky : não depende do quão forte ela bata e sim da força que temos que ter para não permanecermos caídos.

Escrevo essa história para quem ler venha ter a consciência que em meio a correria do dia temos que ter um tempo para olhar para o nosso lado e ver o próximo. A depressão está matando pessoas.

É bom brincar, mas constranger é terrível. Eu tive a sorte de ter pessoas que levantavam minha baixa autoestima. Eu também resolvi sair do casulo e enxergar o meu potencial.

Termino o textão agradecendo a todos os envolvidos neste crescimento emocional e profissional. Foram tantos os envolvidos. Tanta gente boa: família, amigos, professores, chefes, colegas de trabalho. .. Meu muito obrigada.