sexta-feira, 8 de março de 2019

Meu relacionamento abusivo


Vivi anos em um relacionamento abusivo comigo. Para ser precisa, toda minha infância e adolescência. Era cruel. Não me amava. E as consequências eram catastróficas: não me sentia amada pelos outros. Eu era quem mais me maltratava.

Cresci no cristianismo, e uma das coisa que vivi ouvindo: era que devíamos amar o próximo como a nós mesmos. Passei a vida toda tentado agradar os outros. Não me defendia dos desaforos. Ouvia tudo calada e depois chorava. Não me atentava na parte do "nós mesmos". Só ecoava "amar ao próximo".

Me conformava em viver em um sistema cristão falido, sem me opor. Pois quem era eu para fazer isso? Aprendemos a ser intolerantes e egoístas, em um ambiente que deveria ensinar amor e empatia. Eu aprendi na prática, o contrário do verdadeiro ensinamento de Cristo.

Depois de muita pancada: me amar foi interessante. Digo que foi renovador. Claro, que esse processo é lento demais e garanto e ainda não acabou. Mas ter essa consciência é muito importante. Sempre vamos nos deparar com situações que fará a gente pensar em recuar, mas refletir do quanto é importante se amar deve ser uma regra nas nossas vidas.

Vai ter dias que estaremos um caos, pois a vida para nós mulheres está longe de ser fácil. Nós nos deparamos com a cobrança de beleza, com a cobrança de sermos perfeitas, de agradar sempre o outro e não a nós mesmas. 

Se amar primeiro é lindo, e não é questão de egoísmo e sim fortalecimento. O amor ao próximo é consequência, digo que uma linda e importante consequência. Mas precisamos estar bem para amar/cuidar desse próximo.


 Se cuidem, meninas. Se amem. ❤

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