sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A dedicação do Ourives Joelson Leão

Por: Soniely Farias 
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Joelson além de trabalhar com o metal bruto, ouro e prata, também faz a incrustação paraense. É sua especialidade. Aplica resinas da terra, um diferencial. Dependendo da joia, compra matérias de outros produtores, como gemas e madeiras. 


“Os ourives entram com o trabalho pesado na formação de uma joia, é como um engenheiro que só desenha o prédio, mas quem constrói são os peões”. O relato é de, Joelson Leão, ourives há 19 anos. Não foi difícil conversar com ele. Pessoa bem acessível, apesar da correria. De boa conversa. Estava ocupado, apareciam clientes, tinha demanda. Mesmo assim a atenção foi ótima. Houve várias paradas entre chegada de clientes e serviços. Sua entrevista aconteceu no Polo Joalheiro, o lugar onde atende e trabalha.

Joelson, além de trabalhar com o metal bruto, ouro e prata, também faz a incrustação paraense. É sua especialidade. Aplica resinas da terra, um diferencial. Dependendo da joia, compra matérias de outros produtores, como gemas e madeiras. É dedicado e gosta do que faz. Explica que o especial em suas joias são as cores. “Vai de cada um desenvolver bem o seu trabalho”. O ourives reconhece que cada um tem uma importância na cadeia produtiva de uma joia, mas na maioria das vezes o marketing e o reconhecimento moral e financeiro são dados apenas ao designer.

“O ourives não é designs de formação, mas acaba criando, redesenhando. Temos um papel fundamental com os designers e outros que participam da criação de biojoias. Temos a noção na prática, sabemos o que dá ou não pra fazer”, explica. A peça geralmente é aperfeiçoada pelos ourives. Muitas vezes o designer não tem um entendimento da execução prática da joia. Não entende as limitações. Por isso que o diferencial da joia é a construção da cadeia produtiva e a comunicação entre eles. O ourives acaba ajudando e em casos até cria. A joia acaba sendo um trabalho de equipe, onde cada um faz sua parte e essas relação é fundamental.


Joelson sustenta sua esposa e filho com a profissão de ourives. Faz parte do projeto do Polo Joalheiro e tem a sua oficina. Terceiriza seu serviço. Na sua carreia o apoio do Polo Joalheiro ajuda na estrutura, quando disponibiliza o espaço turístico.

“Apesar da taxa que temos que dar ao Polo, todo o suporte compensa, mas não tenho como depender apenas das vendas daqui”, explicou Joelson. No projeto, ele já participou de vários cursos de capacitação e suas joias são mais valorizadas por conta do espaço turístico, mas seu trabalho já tinha uma história.

Dá forma ao ouro e prata não é tarefa fácil. Uma peça dependendo de qual e, também, do nível do ourives dura em média de um a três dias. Há peças que levam uma semana para serem trabalhadas. O tempo, a prática vai acelerando o processo. Mesmo assim, não deixa de ser um trabalho que requer paciência. São várias etapas, cada um com seu grau de importância.

Para ser ourives tem que gostar, ter uma espécie de relacionamento com o metal. Joelson gosta, não trocaria de profissão, se vê como um artista, pois se inspira e cria. “O ourives é um artesão que trabalha com metal nobre, não deixa de ser uma arte”, completa Joelson.



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