sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O olhar de Leila Salame

Por: Michele Lobo
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Leila executa uma profissão rara no mercado paraense, os materiais de manuseio são caros, não vendem no Pará. O lapidário trabalha com gemas orgânicas minerais, conhecida popularmente por pedras preciosas. A pedra bruta é transformada em diversas formas e tamanhos para dar brilho nos cordões, anéis, pulseiras, braceletes e brincos. 
Turistas se encantam com joias lapidadas. Foto: Michele Lobo
A vida de quem depende exclusivamente das vendas não é fácil. Requer dedicação, paciência, contar com a competência de seu trabalho, experiência e muitas vezes com a sorte na economia. “Menina, com essa crise os negócios vão mal, tenho que pagar fornecedores, vou ter que fazer uma promoção para conseguir vender e pagar as dívidas”. A preocupação é de Leila Salame, lapidária desde 1992. Ela estava apreensiva, pois tem uma filha pra sustentar, e é mãe solteira.

Leila executa uma profissão rara no mercado paraense, os materiais de manuseio são caros, não vendem no Pará. O lapidário trabalha com gemas orgânicas minerais, conhecida popularmente por pedras preciosas. A pedra bruta é transformada em diversas formas e tamanhos para dar brilho nos cordões, anéis, pulseiras, braceletes e brincos. 

O trabalho de Leila é uma tarefa minuciosa, tem pedras minúsculas, mas bem trabalhadas. São várias etapas até o produto final, precisa das medidas certas. Leila conta que se errar com a mão tem que polir e refazer tudo de novo. “Tenho que me concentrar para lapidar uma pedra, se não perco material”, conta.

Mesmo com a correria, a lapidária conseguiu um trabalho de destaque na lapidação de gemas orgânicas. Seu principal diferencial na lapidação nacional são os traços marajoaras que caracteriza a região e embeleza uma joia. 

“Eu tenho muitas ideias para o design criativo, mas uma lapidação comum já é bem trabalhosa. Não tenho tempo pra fazer criações, testes. Tenho que pensar na produção, é meu sustento”, revela. Apesar disso, a lapidação é uma paixão para ela. Ama os materiais que utiliza, conhece detalhadamente cada um", explicou.

Como Leila é conhecida no mercado, a maiorias dos fornecedores lhe procuram para vender os minerais. Ela já tem um estoque, que facilita seu trabalho. Assim, quando aparecem as demandas, as pedras já estão disponíveis, pois nem sempre se consegue a pedra desejada. A lapidária não deixa de tocar em um assunto importante, que é a dificuldades de adquirir a matéria prima.

 “O Pará é muito rico, tem quase todos os tipos de gemas minerais, porém a exportação para o exterior é pesada. Exportam toneladas e nós ficamos com quase nada, temos dificuldades nisso”, lamenta. Ainda assim, relatando suas dificuldades Leila não pensa em outra profissão. “Se as pessoas não gostassem do meu trabalho não teria motivo pra gostar, faço com dedicação para que as pessoas gostem também”, concluiu.



2 comentários:

  1. Como faço para conseguir os telefones de todos estes artistas maravilhsos ? Vc poderia me passar por what app ? ... sonia quintella 11982752828

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  2. Olá, Sônia. Que bom que você gostou desses profissionais maravilhosos do Pará. Não tenho mais o contato de nenhum deles, por conta de problemas com meu celular( perdi todos os contatos na época), mas podes conseguir boa parte deles através da assessoria do espaço São José Liberto.Segue o contato:

    Assessoria de Comunicação
    Comunicação: (91) 3344 3509
    E-mail: ascom@saojoseliberto.com.br


    Um abraço!

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