Por: Daniele Maciel
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Artesões, ourives, lapidadores e designers fazem parte da cadeia produtiva que está por trás da produção das joias paraenses. Entre os profissionais inseridos na cadeia produtiva de Marcilene estão: Leila Salame; lapidária, Eugênio de Oliveira e Paulo Tavares; artesões e Joelson Leão; ourives, ambos citados pela designer, que admira a competência e a atuação de cada um na elaboração de uma peça.
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Artesões, ourives, lapidadores e designers fazem parte da cadeia produtiva que está por trás da produção das joias paraenses. Entre os profissionais inseridos na cadeia produtiva de Marcilene estão: Leila Salame; lapidária, Eugênio de Oliveira e Paulo Tavares; artesões e Joelson Leão; ourives, ambos citados pela designer, que admira a competência e a atuação de cada um na elaboração de uma peça.
As peças de autoria da designer ganharam visibilidade no Pará, no Brasil
e no Mundo. Foto: Daniele
Maciel
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De pele branca, olhos azuis e cabelos loiros a designer Marcilene Rodrigues, natural do interior de Itaituba, no oeste do Pará escreveu uma nova história a partir do encantamento pelos trabalhos manuais. Os trabalhos como psicóloga nos consultórios médicos ficaram de lado para se dedicar as biojoias, na busca de evidenciar a cultura paraense e na versatilidade que são empregadas em cada peça.
As peças de autoria da designer ganharam visibilidade no Pará, no Brasil e no Mundo. O despertar por trabalhos manuais não é algo de hoje. “Desde pequena eu sempre gostei de trabalho manual, trabalhava com artesanato e assessórios desde os quatorze anos, eu lembro quando me deram 20 reais ai eu pedi para minha mãe me levar para comprar um kit de fazer bijuteria. Nossa, pronto, me apaixonei!”, declarou.
Em 2007, iniciou o curso de ourivesaria, na escola Rahma, oferecido pelo Polo Joalheiro do Pará. Segundo Marcilene, é fundamental aprender manusear a peça pra ter noção do processo. “Vi no Polo Joalheiro, no curso, uma maneira de melhorar o meu trabalho, ai tu vais te apaixonando, tu vais vendo o conceito de biojoias diferente, porque eu trabalhava com semente, trabalhava com essas coisas, mas era aquela coisa mais biju, ai a gente muda o nosso olhar, esse olhar para a Amazônia”, afirma a designer.
Os insumos que são usados para confecção, ou seja, composição das biojoias podem ser as gemas minerais, gemas vegetais, os metais, por exemplo, o ouro; a prata e o cobre, chifres de boi e de búfalo, ossos de boi, até mesmo resíduos de madeira. Insumos da região que poderiam ser descartados no lixo, no ramo das biojoias acabam ganhando uma nova utilidade, que geram emprego e renda.
No ramo das biojoias a terceirização é algo comum, logo, os que fazem parte da cadeia produtiva tendem fornecer insumos e mão-de-obra de forma terceirizada, ou seja, tendem a montar a própria equipe que pode variar com necessidade. Nesta área a parceria é primordial para que todos tenham êxito, o designer tem que entender que nem tudo que está no papel é possível ser produzido.
Artesões, ourives, lapidadores e designers fazem parte da cadeia produtiva que está por trás da produção das biojoias. De acordo com Marcilene Rodrigues, conhecer o processo de produção das peças e importante para não puxar a orelha desnecessariamente do parceiro que faz parte da cadeia. Entre os profissionais inseridos na cadeia produtiva de Marcilene estão: Leila Salame; lapidária, Eugênio de Oliveira e Paulo Tavares; artesões e Joelson Leão; ourives, ambos citados pela designer, que admira a competência e a atuação de cada um na elaboração de uma peça.
Desde 2008 a designer participa de exposições e de feiras, no mesmo ano formalizou a marca de sua propriedade “Silabrasila Joias”. Por mais que integre o Projeto do Polo Joalheiro, nada a impede de fazer trabalhos independentes, a exemplo a marca e sua atuação no projeto “Garimpo” que reúne trabalhos de designers, em espaços cedidos por lojas que vendem biojoias, o mesmo ocorre no Polo Joalheiro, onde suas peças ficam expostas na loja Una.
Uma biojoia produzida é quase uma peça única, pois raramente uma peça é igual à outra, por ser artesanal. Logo, são produtos que demoram a ser produzidos. Para a designer, o prestígio da atividade vem ganhando força. “Reconhecimento do trabalho é saber que a gente não está dando murro em ponta de faca. Antes era um pouco desacreditado, e a gente perceber que aquilo que nós temos é muito bonito, é muito valorizado. É gostoso poder trabalhar com as coisas que te dá prazer, por estar divulgando a tua cultura", pontuou. Destacou ainda sobre a aceitabilidade das biojoias no mercado: “O Pará está redescobrindo o Pará, lá fora é uma aceitação fantástica, aqui está tendo essa redescoberta”.
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